Fernanda Monteiro

exposições:

Q1. ABERTURA SEM AVISO

Abertura oficial SEM AVISO

Dia: 18 de outubro (sexta-feira)

Horário: das 16h às 18h

Local: Porão do Chalé Francês

Endereço:Avenida Dr. Afonso Vergueiro, 280. Centro

Classificação: Livre

Descrição: Abertura oficial da SEM AVISO -_Semana de Artes Visuais de Sorocaba, com apresentação audiovisual do projeto pelos espaços proponentes; exposição de fotografias (imagens das séries Anima Latente e Anima Manifesta) e Performance (Eu curo),de autoria da artista sorocabana Silvana Sarti, sendo a primeira em parceria com o artista Fábio Florentino, a segunda em parceria com o fotógrafo italiano Ivano Mercanzin e a última com a colaboração do músico Mauro Tanaka.

 

Trilogia da Vida: Fotoperformance, um mergulho na alma de todas as coisas

Em março de 2019, num bosque na cidade de Iperó, após oito meses de pesquisa, nasceu a fotoperformance Anima Latente, alegoria da alma vegetal,de Silvana Sarti e Fabio Florentino, resultado de um olhar quântico para a natureza, unidos pela premissa das religiões arcaicas, de matriz africana e indígena, que pregam a existência da alma em todas as coisas, sejam elas animais, vegetais ou minerais.

A escultura italiana de Bernini, expoente do movimento barroco, intimamente ligado à natureza, foi um dos ideais estéticos que inspiraram o trabalho, especialmente a escultura Apolo e Dafne, onde o corpo da ninfa é representado em plena transformação em loureiro. Kazuo Ono e sua dança Butô, ligada à ancestralidade, e Cândido Portinari com suas imagens de trabalhadores de mãos e pés avantajados, também foram homenageados neste trabalho.

Em Vicenza (Itália), o poeta e teólogo Francesco Bari, ao tomar contato com a obra, escreve poesias que complementam o trabalho e são incorporadas ao projeto.

É nesta cidade italiana que o trabalho é exposto pela primeira vez, sob direção de Marina Marcolini, professora de literatura italiana da Universidade de Undine, escritora e coautora da transmissão televisiva "As razões da esperança" da RAI UNO.

Ao conhecer o fotógrafo IvanoMercanzin, a artista Silvana Sarti dá continuidade ao projeto Trilogia da Vida, segundo capítulo, realizado em julho de 2019, intitulado Anima Manifesta, alegoria da alma selvagem. Desta vez osnúcleos norteadores são o reino animal, do qual os humanos são parte;a teoria evolutiva de Darwin; a questão de gênero; as minorias étnicas, por vezes denominadas “selvagens" (de modo particular,os povos indígenas sul-americanos ameaçados).

A referência escultórica do trabalho é o Hermafrodita Adormecido, estátua grega ambígua, organizada por Bernini, que discute a possibilidade de termos em cada um de nós uma sexualidade latente feminina ou masculina, que psicologicamente apresentamos. Animus e anima, para Jung.

Na performance, da qual resulta a série de fotografias realizadas por Ivano,a artista refaz simbolicamente o longo itinerário feito pela primeira célula animal até tornar-se uma célula humana. Incorporando o instinto de algumas espécies, como na cosmologia indígena, Silvana Sarti realiza sua obra.

Seguindo o Butô, a artista encontra com o corpo primordial, isento de corpo social, corpo bípede que descobre a si mesmo e modifica sua história.

Tudo acontece entre as paredes de um pequeno abatedouro, asséptico, organizado, cenário de um antigo e sanguinolento conflito entre vida e morte. Um corpo branco se apropria de signos étnicos para provocar estranhamento e empatia, uma vez que a banalização da morte das minorias não funciona como alerta e prevençãodo genocídio indígenaem pleno vigor no Brasil.

Participaram da ação a artista visual Eva Dovigo, o fotógrafo IvanoMercanzin, o compositor Giuseppe Laudanna, que escreveu uma trilha original para o evento e o poeta Francesco Bari, queapós o evento escreveu textos inéditos sobre a performance de Silvana Sarti. Todos italianos que vivem e trabalham em Vicenza e província.

A performance foi precedida de um rito público preparatório,de provocação, catarse e expiação, no qual Silvana submeteu-se a um ritualístico corte de cabelos, na Piazza dei Signori, em frente ao edifício de Palladio, que representa a república de Veneza, a Sereníssima. Para aartista ítalo-brasileira, o corte dos cabelos remonta ao costume da etnia Kayapo, em homenagem aos ancestrais mortos. É parte também do Candomblé, simbolizando a passagem da noite ao dia, da morte a vida. Um convite ao afastamento do mundo exterior e efêmero,a perder a identidade profana para renascer no mundo espiritual, obtendo uma nova identidadesociocosmológica.

Sobre a performance Eu curo

 

Na abertura oficial da SEM AVISO, o público poderá assistir e interagir com a performance Eu curo, que será realizada ao vivo no local por Silvana Sarti com a colaboração do músico Mauro Tanaka, sendo um desdobramento da atuação anterior Anima Manifesta realizada na Itália.

 

Silvana Sarti é artista visual, performer, atualmente participa do projeto Dois Dois: Cosme e Damião como porta de acesso ao devir-criança de TatsumiHijikatada, na Zona Laboratorial, Núcleo Experimental de Butô, com Thiago Abel. Segue o grupo de estudos em arte contemporânea brasileira, com BenéFonteles na Unicamp, e Artistas na Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA), Meios e processos de criação em arte, com Katia Salvany. Seu último trabalho, fotoperformance Trilogia da Vida, explora o espiritual na natureza e no corpo.

Mauro Tanaka é músico, educador e luthier. Fundador e idealizador do grupo musical Escalafobéticos que tem a proposta de promover o desenvolvimento musical em comunidades de vulnerabilidade econômica a partir da ressignificação de objetos do cotidiano e recicláveis, transformando-os em instrumentos musicais. Membro do Grupo Ritmos - Estética e Cotidiano Escolar do PPGE - UNISO e da Orquestra do Corpo (percussão corporal), organizada e regida por Fernando Barba (Barbatuques) e Stênio Mendes. Metrônomo visual - Como incluir os surdos nas aulas de música? Como fazer pulsar coletivamente uma sala de aula? Usando um equipamento para irrigação, adaptando e reaproveitando fios, madeiras e lâmpadas, surge o metrônomo visual. Metrônomo Visual - Construído a partir de um equipamento para irrigação ressignificado e reaproveitando fios, madeiras e lâmpadas.