exposições:
S9c. Calendário ARCO 2024. Solidões e Silêncios. Júlio Veredas
Solidões e Silêncios.
Artista: Julio Veredas
Curadoria: Fernanda Monteiro Galeria de Arte
Local: Fernanda Monteiro Galeria de Arte
Abertura: 25 de outubro das 20h às 22h
Período expositivo: de 28 de outubro a 19 de novembro de 2024
Texto curatorial:
Quando nos referimos à solidão, não estamos necessariamente diante de uma situação de abandono ou esquecimento, alijados ou à margem do convívio. Muitas vezes estamos em um estado a que chamamos Solitude. Nesta, o afastamento é uma busca de reconhecer-se a si mesmo ou de entrar em conexão mais profunda com os silêncios.
Para perceber é preciso calar, ouvir um silêncio constitutivo que restabelece uma certa ordem em meio ao caos. Segundo Barthes, “a vida é assim, feita a golpe de pequenas solidões”, que permitem que escutemos os silêncios da nossa alma e reconheçamos nas miudezas aquilo que procuramos.
Interessante pensar que entre muitos momentos de histeria, temos pequenas oportunidades de estar sós. Aqui destaco a “solistência” de Guimarães Rosa, que é a “solidão da existência de tudo que está vivo”, é a possibilidade e a necessidade de construir um espaço individual impenetrável, onde só existe o eu e as relações estabelecidas através de uma escuta interna.
E é neste terreno, no silêncio destas relações, que residem as imagens de Júlio Veredas. Estão elas no espaço do sentir, em uma fresta para escapar. São pequenos intervalos que acalmam mas pungem ao mesmo tempo, porque provocam a necessidade de ouvir neste espaço onde as palavras são desnecessárias.
Fernanda Monteiro
Sobre o artista
Com uma atuação intensa há mais de 40 anos na artes visuais, Julio Veredas, se destaca pela singularidade de seu trabalho, que dialoga com a música e a literatura, trazendo aspectos da cultura popular sob a perspectiva da busca e exploração do sertão de si mesmo. Artista autodidata, desde muito cedo passou a frequentar cursos livres de artes e atuar na área de eventos culturais. Natural de Sorocaba Julio Veredas, residiu por muitos anos na capital convivendo com grupos de música e teatro, quando inicia as primeiras mostras de seus desenhos, realizando exposições individuais no Centro Cultural São Paulo e no MASP (1983/1984), mantendo em paralelo uma produção em sua cidade natal, Sorocaba, com artistas diversos e na cidade de Vitória da Conquista Bahia, terra do compositor Elomar Figueira Mello, uma das referências em seu processo artístico.
Essa geografia se mantém presente em toda sua trajetória e torna-se marcante na produção de seus trabalhos que resultam hoje numa grande coleção de ilustrações em aquarela, grafite, nanquim e colagem, com participações em projetos como Projeto Terra Rasgada – SECSP, Projeto Glauber Rocha Museu Regional Vitória da Conquista (BAHIA), além de exposições individuais e coletivas.
Colaborando com outros trabalhos, desenvolveu ilustrações para livros, encarte de CDs, restauros, além de ter participado ativamente da política cultural de Sorocaba, integrando o Conselho Municipal de Cultura (2012, 2013 e 2014) e atuado como gestor de Espaço Artístico colaborativo (Teatro OFF - 1992 a 1996), motivo pelo qual foi homenageado pelo mais tradicional bloco carnavalesco de Sorocaba, o Depois a Gente se Vira, em 2020.
Toda a poesia e delicadeza empregada em sua jornada como artista plástico não exclui sua habilidade em lecionar para pessoas de diferentes faixas etárias conteúdos técnicos de desenho. Atuando em projetos em sistemas penitenciários e hospitais psiquiátricos, oficinas em diversas cidades do interior de São Paulo, aulas particulares e projetos educativos do sistema S.
Na pandemia nasce uma nova etapa em seu processo de trabalho com o fim das aulas e exposições, ocasião em que passou a se dedicar integralmente à produção em seu ateliê e a se reinventar no ambiente virtual das redes sociais, conquistando um público novo que observa novos elementos no significado de suas obras. Atualmente mantém uma comunicação diária com internautas e uma intensa criação, sobretudo, de aquarelas, onde amplia o conceito de sertão como algo transversal do interior dos lugares e do ser.
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